Edneide Maria de Lima
Universidade Estadual de Alagoas –UNEAL, Alagoas/Brasil.
Aldemir Francelino da Silva
Estadual de Alagoas –UNEAL, Alagoas- Brasil.
Resumo: Sabemos que o ensino gramatical (visto como gramática de frases, estudo isolado de regras), ainda tem sido um dos fortes pilares do currículo de ensino de língua materna nas escolas brasileiras. Todavia, devido aos problemas encontrados nas atividades de leitura e produção textual, no final do século XX, as concepções de língua(gem) começam a ser reconsideradas. Primeiro, foi vista como expressão do pensamento (típico da gramática tradicional grega), logo, o ensino de língua destacava a gramática normativa: conceituar, classificar, usar “corretamente” a regência, a acentuação, a pontuação etc. Mas, na década de 1970, a partir da teoria da comunicação, a língua(gem) deixou de ser entendida apenas como a expressão do pensamento para ser vista também como um instrumento de comunicação (os textos eram capazes de transmitir uma mensagem ao receptor-leitor – sentidos prontos e acabados – a língua seria apenas um código e, assim, escrever seria o exercício de combinar palavras e frases para formar um bom texto). Porém, a partir dos anos 80, no Brasil, temos estudos sobre o ensino de língua materna que partem das reflexões de Mikhail Bakhtin e Wanderli Geraldi, para quem a linguagem é vista como forma de interação, uma nova forma de dar significados aos usos da língua, constituindo a interação, teoria que vigora até hoje e que teve seu alicerce consolidado nos Parâmetros Curriculares Nacionais – PCNs. Mediante tal concepção de língua (e de ensino), vem-se firmando um movimento de revisão crítica do ensino de língua, ou seja, vem-se questionando a validade de um ensino centrado na gramática pela gramática, o que faz surgir a proposta de análise linguística (AL), conceito/termo que sugere reflexão sobre o sistema linguístico e sobre os usos da língua, em vez de aulas de gramática: como princípio a ampliação da competência discursiva dos indivíduos. Deste modo, o presente trabalho busca relacionar a concepção de analise linguística e as teorias pedagógicas que fundamentam o trabalho do professor de língua materna. Assim, pretendemos “desvendar” se o professor de língua portuguesa compreende (ou não) o conceito/estratégia de análise linguística (foco do processo de aprendizagem). Para melhor discussão, realizamos entrevistas com professores de ensino de língua materna, de escolas das redes pública e privada do município de Arapiraca-AL/BR, posteriormente, transcrições das falas, e em uma abordagem qualitativa objetivamos saber que concepções o/a docente tem acerca do trabalho com a análise linguística, como ela/e o desenvolve e o porquê de sua prática. A análise tem base na teoria dialógica do discurso (Bakhtin, 2003, 2004), Geraldi (1997), Gulart (2010), Mendonça (2007), dentre outros.
Palavras-chave: Leitura-Gramática-Análise Linguística
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